O dia de ontem
O dia de ontem não fugiu à regra dos Sábados e lá fomos todos trabalhar. Às 9 da manhã a “caravana” estava formada e pronta para partir de Vila Real em direcção à Régua para mais um dia de trabalho.
E como o trabalho não nos assusta e até gostamos da convivência começámos a preparar tudo. Havia uma sala à nossa espera com 20 mesas para pôr e um armazém enorme também para receber os convivas.
Eram 250 e qualquer coisa bocas que, como nós imaginávamos, deviam vir cheias de fome!!!
Às 11 da manhã a cozinha estava já em velocidade cruzeiro e resto do pessoal já estava a dar os últimos retoques na sala de jantar.
5 da tarde e pum… cumpria-se pontualidade britânica e lá estavam eles, com calor, cheios de sede e principalmente com fome.
Venham eles! Disse o nosso “chefinho”.
Às 19:30 começam as pessoas a entrar na sala de jantar e eu e o meu comparsa começámos a vislumbrar por baixo das calças dos senhores os vários “pés de gesso” (que horrorrrr).
Depois das pessoas sentadas é servida água a toda a gente para deixar os “buchos” (neste caso eram mesmo buchos) preparados para a sopa.
E como o trabalho não nos assusta e até gostamos da convivência começámos a preparar tudo. Havia uma sala à nossa espera com 20 mesas para pôr e um armazém enorme também para receber os convivas.
Eram 250 e qualquer coisa bocas que, como nós imaginávamos, deviam vir cheias de fome!!!
Às 11 da manhã a cozinha estava já em velocidade cruzeiro e resto do pessoal já estava a dar os últimos retoques na sala de jantar.
5 da tarde e pum… cumpria-se pontualidade britânica e lá estavam eles, com calor, cheios de sede e principalmente com fome.
Venham eles! Disse o nosso “chefinho”.
Estávamos muito ansiosos para ver os convivas e começar a apreciar os modelitos de alto a baixo lolol. E como pela aragem se vê quem vai na carruagem, o meu comparsa disse logo, “Vamos ter festa. E da rija!!!”. E se mais depressa o dizia, mais depressa ela começava.
Com universitários à mistura, depressa se começaram a gritar Vivas aos noivos.
Comeram praticamente tudo o que havia para comer e regaram bem as entradas com vinho verde e maduro…
Até aqui tudo normal, gente simples, de boa boca e bem disposta (até demais lolol).
Ainda não havia registo de bacuradas mas algo nos dizia que o dia ia ser fértil nesse domínio.
Até que… alguém se dirige a mim e ao me comparsa de bar e pergunta:
- “Ó chefe, ondé o jantar?”
- “Jantar? O jantar é isto. Aliás, é um lanche ajantarado…”
- “Ai. Mas isto não enche barriga.”
- “Estou a brincar consigo, o jantar vai ser lá em baixo, no salão.”
- “Ah. Assim está melhor. E bai-se de carro ou a pé?”
- “Vai-se a pé, é pertinho.”
O primeiro round já estava.
Agora só tínhamos que trocar de farda e prepararmo-nos para servir o jantar.
Com universitários à mistura, depressa se começaram a gritar Vivas aos noivos.
Comeram praticamente tudo o que havia para comer e regaram bem as entradas com vinho verde e maduro…
Até aqui tudo normal, gente simples, de boa boca e bem disposta (até demais lolol).
Ainda não havia registo de bacuradas mas algo nos dizia que o dia ia ser fértil nesse domínio.
Até que… alguém se dirige a mim e ao me comparsa de bar e pergunta:
- “Ó chefe, ondé o jantar?”
- “Jantar? O jantar é isto. Aliás, é um lanche ajantarado…”
- “Ai. Mas isto não enche barriga.”
- “Estou a brincar consigo, o jantar vai ser lá em baixo, no salão.”
- “Ah. Assim está melhor. E bai-se de carro ou a pé?”
- “Vai-se a pé, é pertinho.”
O primeiro round já estava.
Agora só tínhamos que trocar de farda e prepararmo-nos para servir o jantar.
Às 19:30 começam as pessoas a entrar na sala de jantar e eu e o meu comparsa começámos a vislumbrar por baixo das calças dos senhores os vários “pés de gesso” (que horrorrrr).
Depois das pessoas sentadas é servida água a toda a gente para deixar os “buchos” (neste caso eram mesmo buchos) preparados para a sopa.
Lá fui de garrafa na mão em direcção à mesa servir água aos clientes. Depois do primeiro copo alguém me diz:
- “Ó amigo (reparem como de chefe se sobe à posição de amigo hein lolol), ÁGUA??? Nós temos sede mas não é disso.”
Continuei o meu serviço normalmente fazendo de conta que nem tinha ouvido. Mas o pensamento que me ocorria era “Agora vais amargar aí. O que tu queres sei eu bem”. (e não comecem a imaginar coisassss. O que ele queria era vinho.)
Sopa servida, loiça recolhida, um compasso de espera para não ser tudo de “enfiada” como nós costumamos dizer e aproxima-se a minha prima a pedir para ir servir vinho tinto ao senhor Y.
- “Vai ali à minha mesa e serve o vinho tinto ali àquele senhor de camisa azul.”
- “Está bem.” Disse-lhe eu
- “Mas explica-lhe o porquê do vinho não estar fresco.”
- “OK, ok.”
- “Foi o senhor que pediu vinho tinto?”
- “Fui, fui. Tá fresco?”
- “Não, por norma não temos vinho tinto fresco. Mas já tratamos disso e foi colocado na geleira.”
- “Ai o car***o… Quanto é quisso tem de grau?”
- “13,5.” Disse eu.
- “13.5 e quante? Tou fo***o… bote cá meio copo…”
- “Com certeza.”
O resto do jantar desenrolou-se a bom ritmo. As pessoas eram de bastante sustento e se estivessem de boca cheia poupavam-nos muito, mas muito mesmo os ouvidos.
Como devem imaginar, muitas mais haveria para contar mas depois isto torna-se muito chato de ler…
Deixo só uma nota de reportagem. Comeram, beberam, dançaram e outras coisas mais e só desampararam a loja às 5:30 da manhã…
- “Ó amigo (reparem como de chefe se sobe à posição de amigo hein lolol), ÁGUA??? Nós temos sede mas não é disso.”
Continuei o meu serviço normalmente fazendo de conta que nem tinha ouvido. Mas o pensamento que me ocorria era “Agora vais amargar aí. O que tu queres sei eu bem”. (e não comecem a imaginar coisassss. O que ele queria era vinho.)
Sopa servida, loiça recolhida, um compasso de espera para não ser tudo de “enfiada” como nós costumamos dizer e aproxima-se a minha prima a pedir para ir servir vinho tinto ao senhor Y.
- “Vai ali à minha mesa e serve o vinho tinto ali àquele senhor de camisa azul.”
- “Está bem.” Disse-lhe eu
- “Mas explica-lhe o porquê do vinho não estar fresco.”
- “OK, ok.”
- “Foi o senhor que pediu vinho tinto?”
- “Fui, fui. Tá fresco?”
- “Não, por norma não temos vinho tinto fresco. Mas já tratamos disso e foi colocado na geleira.”
- “Ai o car***o… Quanto é quisso tem de grau?”
- “13,5.” Disse eu.
- “13.5 e quante? Tou fo***o… bote cá meio copo…”
- “Com certeza.”
O resto do jantar desenrolou-se a bom ritmo. As pessoas eram de bastante sustento e se estivessem de boca cheia poupavam-nos muito, mas muito mesmo os ouvidos.
Como devem imaginar, muitas mais haveria para contar mas depois isto torna-se muito chato de ler…
Deixo só uma nota de reportagem. Comeram, beberam, dançaram e outras coisas mais e só desampararam a loja às 5:30 da manhã…
6 Comments:
Tiveste sorte não terem querido o pequeno almoço :))))
Faltou pouco. Mas deixa lá que nao seriam os primeiros lololol
Ah ah ah ah...
Eu faço ideia das peripécias que tens para contar! E de facto, "o país real" é mesmo assim: pateta-alegre, bronco, porquito e fanfarrão.
Parabéns pelo blog. Vou começar a passar por cá. Pelo menos divirto-me! :))
Boa noite e parabéns pela chegada a estas lides.
Mais um para visitar diariamente.
Boas "partituras" Mozzart!!!
Com estas 3 últimas postas já me deixaste fã. ;) E imagino que tens muitas mais na forja.
Um abraço ó chefe!
ai que eu sei bem o que isso é...
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